sexta-feira, 12 de setembro de 2008

CANTO DAS TRÊS RAÇAS



No dia 09 de setembro de 2008 uma equipe de ativistas da IPHU visitou a Associacão de Remanescentes de Quilombo Manoel Barbosa - Gravataí/RS. Ao final da visita a líder quilombola, Denise Barbosa, propôs que fosse cantada a música "Canto das Três Racas" por considerar que esta música expressa a realidade em que vivem as populacões indígenas e quilombolas no Brasil. E por apoiarmos a luta dessas populacões pelo acesso aos direitos humanos, compartilhamos a música abaixo, pelo sentimento que representa.

CANTO DAS TRÊS RAÇAS - (Paulo Duarte e Paulo César Pinheiro)

Ninguém ouviu um soluçar de dor
No canto do Brasil.
Um lamento triste sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro e de lá cantou.

Negro entoou um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares, onde se refugiou.
Fora a luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes.
Nada adiantou.

E de guerra em paz, de paz em guerra,
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar,
Canta de dor.

E ecoa noite e dia: é ensurdecedor.
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador...
Esse canto que devia ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor

3 comentários:

IPHU BRASIL disse...

Caras amigas, caros amigos, estamos alimentando o blog, mas gostaríamos que vocês olhassem e fizessem sugestões e comentários para que facamos sempre melhor!
Abs,
Cristina, Kátia e Verônica

IPHU BRASIL disse...

Amigos, segue a relatoria do tema: participação comunitária

PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA NO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE

Foram convidadas para esse debate Silvia Giuliani, Clarete (ESP) e Sandra (GAPA)

O marco da participação popular no Brasil foi a 8ª. Conferência Nacional de Saúde realizada em 1986. Foi uma construção democrática. Milhares de assinaturas foram recolhidas em vários estados do Brasil.
Comissões foram compostas por usuários, trabalhadores para construir o projeto de emenda que se constituiu no texto constitucional. Nesse momento histórico foi composto o texto que garantiu o direito a participação popular na agenda da saúde. Pode ser dito que a lei saiu do papel por intensa pressão dos movimentos sociais.
A participação nos Conselhos se dá com a seguinte proporção: 50% de usuários, 25% de trabalhadores de saúde e 25% de prestadores de serviço e gestores. Tem sido feito muitas capacitações de conselheiros, pois as representações estão fragilizadas e isso as torna vulneráveis ao neoliberalismo.
A correlação de poder que está estabelecida tem que ser modificada empoderando as comunidades.
É percebido que a não participação da comunidade é um problema global.
Os Conselhos não devem ser confundidos com espaços para a solução de problemas, mas como espaços de luta.
Inicialmente os Conselhos foram cartoriais. Os governos precisavam receber os recursos financeiros associados aos seus planejamentos, condicionados à aprovação dos mesmos pelo Conselho Municipal de Saúde. Essa é a história do inicio dessa representação.
Uma dentre as explicações para as fragilidades quanto à participação comunitária nos conselhos de saúde no Brasil, estão o avanço neoliberal e a globalização, que são responsáveis pela precarização das relações de trabalho. A pluralidade política é outra possibilidade para explicar essa fragilidade, pois dividem as lideranças locais. Muitas representações passaram a compor quadros dos governos e há pouca formação de novas representações. A capacitação de conselheiros deve ser um processo permanente, pois as lideranças se formam no dia-a-dia.
Não temos uma cultura de participação no país. Segundo dados do IBGE apenas 3% da população brasileira participam de associações,
Os Conselhos vem se constituindo e se redesenhando e, com as fragilidades identificadas, vão se construindo. Esse processo é um desafio e a participação de todas e todos é muito importante.

TRABALHANDO COM AS COMUNIDADES

Foram convidados para esse debate Humberto e Oscar, ambos do CMS de Porto Alegre. Fez-se uma retomada da história da construção do SUS, com ênfase nas suas características, universalidade, integralidade, eqüidade e participação popular.
Devemos pensar em como fazer a integração dos trabalhadores da Saúde com as comunidades. A comunidade é quem deve dizer ao técnico da saúde o caminho que ele deve tomar. A atitude de saber ouvir, de falar quando for solicitado faz a diferença. Existe a necessidade dos trabalhadores estarem próximos aos locais onde a comunidade discute seus problemas. Sem isso não há avanço. É preciso unir o saber acadêmico e o saber popular.
Relatoria: Kátia e Cristina do Belém

marta giane machado torres disse...

Salve, IPHU! As mulheres da Amazônia Paraense neste centenário de luta feminista saúda todas as mulheres na pessoa da senhora indígena Tuira.

SIM À VIDA !
NÃO À BELO MONSTRO!

DEFENDER O RIO XINGU É CUIDAR
E DEFENDER A MÃE TERRA !

TUÍRA, A RESISTÊNCIA CONTINUA

Somos todas Tuíras!

Com afeto - marta Giane MSP Brasil Norte