No dia 09 de setembro de 2008 uma equipe de ativistas da IPHU visitou a Associacão de Remanescentes de Quilombo Manoel Barbosa - Gravataí/RS. Ao final da visita a líder quilombola, Denise Barbosa, propôs que fosse cantada a música "Canto das Três Racas" por considerar que esta música expressa a realidade em que vivem as populacões indígenas e quilombolas no Brasil. E por apoiarmos a luta dessas populacões pelo acesso aos direitos humanos, compartilhamos a música abaixo, pelo sentimento que representa.
CANTO DAS TRÊS RAÇAS - (Paulo Duarte e Paulo César Pinheiro)
Ninguém ouviu um soluçar de dor
No canto do Brasil.
Um lamento triste sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro e de lá cantou.
Negro entoou um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares, onde se refugiou.
Fora a luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes.
Nada adiantou.
E de guerra em paz, de paz em guerra,
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar,
Canta de dor.
E ecoa noite e dia: é ensurdecedor.
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador...
Esse canto que devia ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor
No canto do Brasil.
Um lamento triste sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro e de lá cantou.
Negro entoou um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares, onde se refugiou.
Fora a luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes.
Nada adiantou.
E de guerra em paz, de paz em guerra,
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar,
Canta de dor.
E ecoa noite e dia: é ensurdecedor.
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador...
Esse canto que devia ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor
3 comentários:
Caras amigas, caros amigos, estamos alimentando o blog, mas gostaríamos que vocês olhassem e fizessem sugestões e comentários para que facamos sempre melhor!
Abs,
Cristina, Kátia e Verônica
Amigos, segue a relatoria do tema: participação comunitária
PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA NO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE
Foram convidadas para esse debate Silvia Giuliani, Clarete (ESP) e Sandra (GAPA)
O marco da participação popular no Brasil foi a 8ª. Conferência Nacional de Saúde realizada em 1986. Foi uma construção democrática. Milhares de assinaturas foram recolhidas em vários estados do Brasil.
Comissões foram compostas por usuários, trabalhadores para construir o projeto de emenda que se constituiu no texto constitucional. Nesse momento histórico foi composto o texto que garantiu o direito a participação popular na agenda da saúde. Pode ser dito que a lei saiu do papel por intensa pressão dos movimentos sociais.
A participação nos Conselhos se dá com a seguinte proporção: 50% de usuários, 25% de trabalhadores de saúde e 25% de prestadores de serviço e gestores. Tem sido feito muitas capacitações de conselheiros, pois as representações estão fragilizadas e isso as torna vulneráveis ao neoliberalismo.
A correlação de poder que está estabelecida tem que ser modificada empoderando as comunidades.
É percebido que a não participação da comunidade é um problema global.
Os Conselhos não devem ser confundidos com espaços para a solução de problemas, mas como espaços de luta.
Inicialmente os Conselhos foram cartoriais. Os governos precisavam receber os recursos financeiros associados aos seus planejamentos, condicionados à aprovação dos mesmos pelo Conselho Municipal de Saúde. Essa é a história do inicio dessa representação.
Uma dentre as explicações para as fragilidades quanto à participação comunitária nos conselhos de saúde no Brasil, estão o avanço neoliberal e a globalização, que são responsáveis pela precarização das relações de trabalho. A pluralidade política é outra possibilidade para explicar essa fragilidade, pois dividem as lideranças locais. Muitas representações passaram a compor quadros dos governos e há pouca formação de novas representações. A capacitação de conselheiros deve ser um processo permanente, pois as lideranças se formam no dia-a-dia.
Não temos uma cultura de participação no país. Segundo dados do IBGE apenas 3% da população brasileira participam de associações,
Os Conselhos vem se constituindo e se redesenhando e, com as fragilidades identificadas, vão se construindo. Esse processo é um desafio e a participação de todas e todos é muito importante.
TRABALHANDO COM AS COMUNIDADES
Foram convidados para esse debate Humberto e Oscar, ambos do CMS de Porto Alegre. Fez-se uma retomada da história da construção do SUS, com ênfase nas suas características, universalidade, integralidade, eqüidade e participação popular.
Devemos pensar em como fazer a integração dos trabalhadores da Saúde com as comunidades. A comunidade é quem deve dizer ao técnico da saúde o caminho que ele deve tomar. A atitude de saber ouvir, de falar quando for solicitado faz a diferença. Existe a necessidade dos trabalhadores estarem próximos aos locais onde a comunidade discute seus problemas. Sem isso não há avanço. É preciso unir o saber acadêmico e o saber popular.
Relatoria: Kátia e Cristina do Belém
Salve, IPHU! As mulheres da Amazônia Paraense neste centenário de luta feminista saúda todas as mulheres na pessoa da senhora indígena Tuira.
SIM À VIDA !
NÃO À BELO MONSTRO!
DEFENDER O RIO XINGU É CUIDAR
E DEFENDER A MÃE TERRA !
TUÍRA, A RESISTÊNCIA CONTINUA
Somos todas Tuíras!
Com afeto - marta Giane MSP Brasil Norte
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